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“Apenas o fim”, o filme feito por uma nova geração de mídia

“Apenas o fim”, o filme feito por uma nova geração de mídia

Por Betânia Soares

 

Matheus Souza foi ousado. Aos 19 anos escreveu o roteiro do seu primeiro longa sem ter qualquer experiência prévia com alguma produção menos imponente. Arriscado. Mas deu certo. O filme “Apenas o fim” venceu o Festival do Rio e a 32° Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, além de ter sido exibido fora do Brasil – Holanda, EUA, Polônia e França.


Hoje, aos 22 anos, Matheus Souza é responsável pela adaptação da peça “Confissões de Adolescente” e dirige o seriado “Vendemos Cadeiras” do canal Multishow. O seu segundo longa está em fase de finalização.

O filme foi apresentado pelo REVER na última segunda-feira, 04 de abril, com a presença de Matheus na plateia e de Lourenço Parente, assistente de direção de “Apenas o fim” e de “Vendemos Cadeiras”, também com 22 anos e que é diretor de fotografia do programa “Comedia MTV”.

“Apenas o fim” é o diálogo de um casal de jovens que está terminando seu relacionamento. Mescladas a essa conversa que se passa dentro do campus da PUC – RJ, imagens de flashback do casal vão dando mais detalhes sobre o namoro, sobre como cada um buscava no outro pontos em comum com sua própria personalidade.

Lourenço Parente e Matheus Souza

O que se vê nesta produção é um filme sobre jovens e seu universo, feito por e para jovens. Talvez seja esse seu único “problema”. Há muitas referências sobre bandas, filmes, séries e jogos, por exemplo, que fazem parte das conversas do casal assim como fazem parte das rodas de qualquer grupo da mesma geração. E são referências tão fortes e específicas que, talvez, uma pessoa mais velha assista ao filme não entenda as piadas ou não se contextualize plenamente nesse universo. E Matheus tem plena consciência disto. Como disse Lourenço: “é uma nova geração de mídia muito presente no filme no momento da criação”.

Essa nova geração, que passou sua infância diante da TV se educando com produções Disney sobre o amor, por exemplo, agora faz sua própria releitura deste mesmo amor, dizendo que nem todo o relacionamento é “feliz para sempre”; alguns simplesmente acabam, sem grandes complicações. É “apenas o fim” de algo.

Mesmo que “Apenas o fim” seja uma produção para um público tão específico, duvido que a tal pessoa mais velha reclame de assistir.

Veja o trailer aqui